domingo, 21 de agosto de 2011

A mágica da coragem

Todos nossos sonhos podem se tornar realidade, se nós tivermos a coragem para perseguí-los”. - Walt Disney

Utópica e lógica, desde a época em que foi dita, até os dias de hoje, essa frase é forçosa quanto ao modo de se conquistar os sonhos: com coragem. Hoje, “sonhar” e “impossível” deixaram de ser, respetivamente, verbo e adjetivo, inverteram-se os valores, menosprezaram os sentimentos e valorizaram o material, o agora, ao ponto de serem poucos aqueles que sonham e no sonho acreditam, isso pois, infelizmente, a impossibilidade tornou-se a resposta e desculpa pra tudo.

Três das palavras acima, “coragem”, “lógica” e “sentimentos”, remontam a história de O Mágico de Oz, uma história ingênua e vivida em um mundo afã ao telespectador. Dorothy, a menina que deseja chegar ao final do arco-íris, é uma típica sonhadora, que pôde sair do mundo preto-e-branco e encontrar as cores ao longo do caminho para Oz.

E seus três novos amigos, nada mais são do que três representantes dos principais desditos males humanos:

“Mas eu enfrentaria uma caixa cheia de fósforos pela chance de ter um cérebro”
O frustrado Espantalho acredita que apenas de uma forma pode ajudar: não atrapalhando.  Ficar inerte, protegendo uma plantação, é a única coisa que dá sentido a sua vida. Seu sonho era ter um cérebro, mas de que outra maneira o realizaria se não por alguma mágica? E quantas vezes paramos e simplesmente cruzamos os braços por acreditar que certas situações, racionalmente, são irremediáveis? 

Ele teve a sorte de encontrar Dorothy, a garota que trouxe-lhe a fé no improvável. Ainda que no mundo real isso pareça difícil, deixar de usar a lógica e acreditar na intuição, ou até mesmo em “forças misteriosas”, às vezes pode propiciar belas surpresas.  

“Quando um homem é uma chaleira vazia, ele deveria ser muito valente. Mas estou muito triste, só porque fico imaginando, que eu poderia ser até humano, se eu pudesse ter um coração”.

O Homem de Lata sonha em ter um coração, assim ele possuiria aquilo que justamente diferencia o humano dos outros animais: os sentimentos. Seu sentido de vida foi dado pelo funileiro que o construiu, mas bem sabe ele que ser sentimental, poder entender o que é o amor e a emoção ao ver uma obra-de-arte ou uma obra da natureza, o tornaria completo.

Todos nós sonhamos em sermos completos, porém encontrar algo que lhe complete, tanto no aspecto profissional quanto pessoal, parecer ser outro sonho custoso e, principalmente, incerto. Além de fé, necessita-se de perseverança.

“Tenho medo até de mim mesmo.”

O Leão é um paradoxo, do tipo “quem vê cara, não vê coração” – coragem no caso. Seu sonho é ter coragem. Se a covardia não o dominasse, sua vida teria sentido. Esse é o motivo que desfaz a maioria dos sonhos, e, o pior de tudo, não é quando somos amedrontados pelos outros, mas sim quando não confiamos no próprio potencial, na voz interior, quando tornamo-nos totalmente pessimistas (confundindo-se com realistas) e acreditamos que o êxito sempre será a exceção.   

Ele, pode até saber quando algo é perigoso, pode até ficar triste por ser quase um rato, mas seu medo de ser realmente quem é o impede de, simplesmente, viver. Em seu caso, falta fé, não existe qualquer tipo de certeza, seu sonho parece ser realmente impossível.



“Você está falando com um homem que riu em face da morte, zombou do destino e fez pouco da catástrofe”.

Não foi preciso mágica para que nossos três mal-aventurados amigos soubessem como se se encontrar:

“Qualquer criatura que não vale nada e rasteja pelo chão tem um cérebro! De onde venho os pensadores têm o mesmo cérebro que você. O que lhes diferenciam é um diploma”.

“Um coração não é julgado por quanto você ama, mas por quanto você é amado pelos outros”.

“Você, amigo, é vítima de um pensamento desorganizado. Sofre com a triste ilusão de que não tem coragem só porque acaba fugindo do perigo. Confunde coragem com sabedoria!”.

O que esses três ensinamentos têm em comum? A coragem. A coragem em acreditar em sua capacidade, a coragem em dedicar-se de corpo e alma em seus objetivos, e a coragem de lutar e seguir o caminho que te levará ao final de seu arco-íris. E aqueles que, hoje, se sentem desencorajados, saibam que a coragem nasce da confiança em si mesmo, a confiança vem de dentro.  Quando você acredita em você, será quando, então, os outros também acreditarão em você. 

E que não se entenda por coragem a solução para todos os problemas, mas acredite que a coragem é o caminho de tudo aquilo que você deseja para o seu futuro, é o caminho dos tijolos amarelos, que não te levará a Oz, mas à descoberta do sentido de sua vida.

“Se eu jamais voltar a buscar os anseios do meu coração, não irei procurá-los além do meu próprio quintal. Porque se não estiverem lá, é que nunca foram realmente meus.”